50 anos do PNI

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) é um pilar fundamental da saúde pública no Brasil, desempenhando um papel crucial na prevenção de doenças, na redução da mortalidade na infância e no controle de epidemias. Antes da criação do PNI em 1973, o sistema de vacinação brasileiro era descentralizado e desorganizado, levando a desigualdades regionais, falta de coordenação, escassez de recursos, baixa cobertura vacinal e falta de informação pública.

50 Anos do PNI: Em 18 de setembro, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde completa 50 anos

Resumo

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) é um pilar fundamental da saúde pública no Brasil, desempenhando um papel crucial na prevenção de doenças, na redução da mortalidade na infância e no controle de epidemias. Antes da criação do PNI em 1973, o sistema de vacinação brasileiro era descentralizado e desorganizado, levando a desigualdades regionais, falta de coordenação, escassez de recursos, baixa cobertura vacinal e falta de informação pública.

Com o PNI, houve uma centralização da gestão da vacinação no país, resultando em uma distribuição mais equitativa de vacinas, calendários de vacinação nacionais, maior cobertura vacinal e eficiência no sistema de imunização. O programa oferece uma ampla gama de vacinas gratuitas para todas as fases da vida, prevenindo doenças como poliomielite, sarampo, rubéola, difteria, coqueluche, hepatite B, meningite e muitas outras.

Além disso, o PNI contribui significativamente para a redução da mortalidade na infância, protege grupos vulneráveis como idosos e gestantes, controla epidemias, fornece soros antipeçonhentos para prevenir acidentes com animais peçonhentos e contribui para a saúde pública de forma custo-efetiva. Também está alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, promovendo a saúde e reduzindo desigualdades.

O PNI é essencial para a saúde e bem-estar da população brasileira, prevenindo doenças, salvando vidas e fortalecendo a infraestrutura de saúde pública do país.

REFERÊNCIAS

Introdução

50 anos PNI

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) desempenha um papel fundamental na promoção da saúde pública no Brasil, destacando-se como uma referência internacional em  política pública de saúde e representando um dos maiores programas de imunização do mundo. Ele é coordenado pelo Ministério da Saúde e tem como objetivo principal promover a vacinação em massa da população, visando prevenir diversas doenças infectocontagiosas.

Além de ser o responsável por erradicar doenças de alcance global, também existe uma preocupação em relação à inclusão social, pois o PNI abrange toda a população brasileira, sem nenhuma distinção. Aqui estão algumas das principais razões pelas quais o PNI é fundamental para a saúde brasileira:

Histórico

Grandes desafios na distribuição de recursos e no desenvolvimento da promoção em saúde pública sempre estiveram presentes na história do Brasil.

Durante os períodos de colonização e império do nosso país, o acesso aos tratamentos de saúde dependia da classe social na qual a pessoa estava inserida, sendo os nobres e pessoas com posses, os únicos a ter acesso aos médicos e remédios da época. Pobres e escravos eram os mais afetados, e para eles restavam os curandeiros e ervas medicinais. Somado a isso, o clima tropical do país favorece a proliferação de vetores como mosquitos e carrapatos que carregam agentes relacionados a doenças virais e bacterianas.

Nessa época, a imagem do Brasil era a de um país doente, onde as doenças se proliferavam sem controle e viver era um risco. A época da República trouxe o final da escravidão, a chegada dos imigrantes como principal força de trabalho para as lavouras de café e para o início da industrialização. No entanto, a fama do país afugentava os novos operários, criando a necessidade das Reformas Urbanas e Sanitárias.

Os sanitaristas da época comandaram esse período, e o médico e cientista brasileiro Osvaldo Cruz, em 1903, foi um dos mais emblemáticos. Em 1903 ele assumiu o cargo de Diretor Geral em Saúde Pública no país, e durante os anos seguintes, teve que lidar com duas grandes epidemias: a primeira, da febre amarela, que foi controlada com sistemas de pulverização para exterminar o agente transmissor (mosquito) e isolamento dos doentes; e a segunda da varíola, cujo único agente existente na época para o combate era a vacina, ainda desconhecida entre os brasileiros mas disseminada na Europa desde 1789.

Com as campanhas de promoção da saúde de Osvaldo Cruz e outros médicos sanitaristas da época, tivemos a primeira grande conquista de saúde pública no país, com a vacinação em massa contra a varíola. À medida que os resultados positivos da vacinação em massa contra a varíola começaram a aparecer, como a diminuição da sua transmissão e das mortes associadas, a população passou a confiar mais nas vacinas.

Embora ainda hoje exista alguma resistência de uma parcela da população, principalmente associada à desinformação, a veiculação de notícias falsas e ao sucesso das próprias vacinas – pois as doenças pararam de circular devido às vacinas, e sem a presença das doenças o sucesso das estratégias vacinais caem no esquecimento – ela se limita a grupos específicos que vem ganhando mais espaço à partir do advento da internet.

Em 1971, o sucesso das medidas de Osvaldo Cruz de promoção da vacinação culminaram no seu ápice: a erradicação da doença e o último registro da sua ocorrência no país. Isso motivou a continuidade das ações voltadas para a organização de uma nova forma de gerir a saúde pública brasileira, dando origem à reformulações no sistema de acesso à saúde, com a criação do PNI em 1973 e do Sistema Único de Saúde (SUS) em 1988.

Prevenção de doenças

O PNI é responsável pela oferta gratuita de vacinas que previnem uma ampla gama de doenças, como poliomielite, sarampo, rubéola, difteria, coqueluche, hepatite B, meningite, entre outras. Isso evita óbitos, sequelas, surtos e epidemias que poderiam sobrecarregar o sistema de saúde e causar danos à população e ao desenvolvimento da sociedade.

O PNI oferece vacinas para todas as etapas e processo na vida de uma pessoa: criança, adolescente, adulta, idoso, gestantes.

As vacinas que compõem o calendário da vacinação no Brasil (todas gratuitas) é tão amplo, que abrange a maioria das vacinas disponíveis e licenciadas, e também chega a ser mais amplo que o calendário de países desenvolvidos

A vacinação é uma das intervenções mais eficazes para reduzir a mortalidade na infância. O PNI contribui significativamente para essa redução, garantindo que as crianças recebam as vacinas necessárias nos momentos adequados.

O programa também se preocupa em proteger grupos mais vulneráveis, como idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas. Isso ajuda a evitar complicações graves e mortes em indivíduos com maior risco de desenvolver doenças graves.

O PNI desempenha um papel crucial no controle de epidemias, como a gripe, ao fornecer vacinas sazonais e campanhas de vacinação em massa quando necessário. Isso é fundamental para evitar a disseminação rápida de doenças contagiosas.

O Brasil registra cerca de 250.000 acidentes por animais peçonhentos, com destaque para os acidentes com escorpiões, serpentes e aranhas. O único medicamento comprovadamente eficiente para esses acidentes são os soros, que são distribuidos pelo Ministério da Saúde pelo SUS. O acesso da população aos soros antipeçonhentos evita que milhares de pessoas venham a ter sequelas graves, como amputações de membros e problemas crônicos, assim como a morte nos casos mais graves.

A vacinação é reconhecida como uma das ações de saúde pública mais custo-efetivas disponíveis, o que contribui para uma sociedade mais saudável e com uma melhor qualidade de vida.A redução da necessidade de intervenções médicas e hospitalizações são impactos importantes também no Sistema Único de Saúde.

O PNI está alinhado com os ODS das Nações Unidas, contribuindo diretamente para a promoção da saúde e bem-estar (ODS 3) e redução das desigualdades (ODS 10), entre outros.

O PNI desempenha um papel fundamental no fortalecimento da infraestrutura de saúde pública, incluindo a logística de distribuição de vacinas, treinamento de profissionais de saúde e conscientização da população sobre a importância da vacinação.

Antes do PNI

Antes da criação do Programa Nacional de Imunizações (PNI), em 1973, o sistema de vacinação no Brasil era descentralizado e desorganizado. A distribuição e administração de vacinas eram feitas de forma fragmentada e descoordenada, variando significativamente de estado para estado e município para município. Isso resultava em diversos problemas e desafios para a imunização da população. Aqui estão algumas características do sistema de vacinação brasileiro antes do PNI:

Desigualdades regionais

Cada estado e município tinha autonomia para decidir quais vacinas seriam oferecidas, como seriam distribuídas e quem seria vacinado. Isso levava a desigualdades significativas na disponibilidade de vacinas e na cobertura vacinal entre diferentes regiões do país.

 Não havia uma coordenação eficaz entre os diversos níveis de governo (federal, estadual e municipal) no que diz respeito à imunização. Isso resultava em dificuldades na compra de vacinas, na definição de estratégias de vacinação e na manutenção de registros precisos de vacinação.

Muitos municípios enfrentavam dificuldades financeiras para adquirir vacinas e suprimentos relacionados à imunização, o que frequentemente resultava em falta de vacinas e infraestrutura inadequada para a administração das mesmas.

 Devido à falta de coordenação e aos desafios logísticos, a cobertura vacinal era irregular e muitas crianças e adultos não recebiam as vacinas essenciais dentro dos prazos recomendados.

A conscientização da população sobre a importância da vacinação era limitada, e não havia campanhas nacionais de esclarecimento sobre os benefícios da imunização.

Antes do PNI, o Brasil ainda enfrentava surtos e epidemias de doenças preveníveis por vacinação, como sarampo, poliomielite, rubéola e difteria, que causavam sérias consequências para a saúde pública.

COVID-19

50 anos PNI

Estado atual
  • De acordo com o relatório 22 de monitoramento de patógenos respiratórios feito pelo ITpS (Instituto Todos pela Saúde), a positividade de testes para o SARS-CoV-2 (vírus causador da covid-19) aumentou de 7% (semana de 22/07/23) para 15% na semana de 19/08/23. 

 

  • As internações de pessoas com confirmação de covid-19 no estado de SP foram de 280 em julho/agosto para 380 em agosto/setembro: um aumento de 35%.

 

  • Os dados oficiais de covid-19 no Brasil não mostram claramente esse aumento pois o número de testes vem caindo muito. Por isso mesmo o dado mais confiável acaba sendo a positividade e também os dados de internações hospitalares, que precisam ser sempre notificados e por isso representam melhor a situação.

 

  • Importante lembrar que as vacinas reduzem o risco de doença grave e de óbito, e continuam exercendo esse efeito protetor mesmo com as novas variantes. Desta forma, não são esperadas ondas como as anteriores. É importante que todos tenhamos nossa carteira de vacinação atualizada e também que busquemos ambientes com boa ventilação. Caso o local seja fechado e mal ventilado e/ou você tenha sintomas, recomendamos o uso de máscaras PFF-2 bem vedadas.

Vacinação em crianças, a questão dos ataques cardíacos, miocardites que estão super em alta no ecossistema da desinformação:
  • Existem muitos testemunhos nas redes sociais de pessoas alegando que a vacinação levou a morte súbita de jovens, ou causou miocardites, pericardites, acidentes vasculares e outras doenças em jovens. Mas, segundo dados do DATASUS, a vacinação não aumentou as mortes pelas causas citadas em jovens. O aumento de mortes por essas causas foi visto na pandemia, antes da vacinação, em 2020. (https://twitter.com/WeiseFranklin/status/1701166679919567130
  • Um estudo publicado pela revista Nature revela que não houve aumento significativo de mortes por doenças relacionadas ao coração ou por outras causas após a vacinação contra a COVID-19. Cabe reforçar que os riscos para tais situações são muito raros tendo a vacinação como possível causa. (https://www.nature.com/articles/s41467-023-36494-0
  • As novas versões do vírus da COVID-19 possuem alterações em seu material genético que podem favorecer um maior escape da proteção de anticorpos de uma pessoa recuperada de COVID-19, e/ou vacinada. No entanto, cabe reforçar que as vacinas seguem protegendo principalmente contra a doença
  • A resposta induzida pela vacinação gera uma proteção abrangente, capaz de reconhecer todas as versões do vírus que já vimos até então. Mesmo havendo um impacto na atividade de alguns tipos de  anticorpos, a resposta das células de defesa se mantém forte, visto também nas vacinas convencionais (https://www.science.org/doi/10.1126/science.abq0203
  • Mesmo hoje circulando novas versões do  vírus que não estão contempladas nas vacinas atualizadas da COVID-19, nossas defesas treinadas por essas vacinas são capazes de reconhecer a presença do vírus no organismo, e combatê-lo.
  • Portanto, é muito melhor esperar um possível novo reforço mais atualizado estando com suas defesas treinadas com as vacinas que temos disponíveis, que seguem protegendo principalmente contra a doença séria que o vírus pode provocar, mesmo em pessoas jovens ou sem comorbidades.

 

Vacinação de outras enfermidades

50 anos PNI

Estado atual

  • O Ministério da Saúde lançou a Campanha Nacional de Multivacinação, que tem como intuito reverter a tendência de queda nas coberturas vacinais que estamos tendo desde 2015. Para isso, o processo adotado pelo Ministério é bastante inovador: oficinas de capacitação dentro de um processo de Microplanejamento que permitem que cada município consiga vacinar e monitorar a sua população dentro de sua própria realidade, atendendo mais rapidamente as exigências para atingir a meta de cobertura vacinal; 

 

  • Hoje o DPNI (Departamento do Programa Nacional de Imunizações) atende a população com 48 vacinas (imunobiológicos), sendo que o Calendário Nacional de Vacinação é formado por 20 vacinas;

 

  • Toda a população pode se vacinar gratuitamente nas mais de 38 mil salas de vacinação localizadas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de todo o país. Para isso, basta comparecer a um posto de saúde com o cartão de vacinação em mãos. Para quem perdeu o cartão de vacinação, a orientação é procurar o posto de saúde onde recebeu as vacinas para resgatar o histórico de vacinação e fazer a segunda via. A ausência da Caderneta de Vacinação não é um impeditivo para se vacinar. O cartão de vacinação é o documento que comprova a situação vacinal do indivíduo, devendo ser guardado junto aos demais documentos pessoais;

assinam esse documento:

  • Mellanie Fontes-Dutra
  • Ana de Medeiros Arnt
  • Erica Mariosa
  • Flávia Ferrari
  • Larissa Brussa
  • Brigina Kemp
  • Alexandra Boing
  • Claudio Machado 

50 anos PNI

Material de campanha

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